

Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz (CE/FMMC)
Por Justina Sponchiado – CED/UFSC
A partir do estudo de Henning, (2007), temos que:
A Escola Estadual Fundamental Professora Antonieta de Barros, localizada na Rua Victor Meirelles n.11 - Centro de Florianópolis/SC - , contava no primeiro semestre de 2007 com 25 servidor@s, sendo 21 professor@s (13 efetiv@s e 8 ACTs).
Os dados coletados nas fichas de matrícula apontaram que a escola atendia de 252 alunos e alunas da 1ª. a 8ª. séries no período matutino e vespertino, oriundos do Morro da Mariquinha (28%), Mont Serrat (25%), Centro (10%), Morro do Tico-Tico (8%), e outros bairros que não fazem parte do Maciço do Morro da Cruz (11%). Outros bairros de origem das crianças eram as comunidades da Serrinha, Saco dos Limões, Morros do Céu e Nova Trento e Agronômica.
A Escola Estadual Básica Silveira de Souza, localizada na Rua Alves de Brito, n. 334 – Centro de Florianópolis/SC – próximo do Shopping Beira Mara, contava em 2007 com 224 alunos e alunas de 1ª. a 8ª. séries; 28 servidor@s, sendo 23 profesor@s (13 efetiv@s e 10 ACTs). Os índice mais significativos em relação à localização das residências das crianças atendidas, ainda de acordo com o estudo de Henning (2007), eram as comunidades do Morro do Duduco (15%), Morro de Céu (15%), Centro (15%), comunidade Ângelo La Porta (12%), outros bairros fora do MMC e adjacentes (8%). Outras crianças são oriundas das comunidades de Nova Descoberta, Caieira do Saco dos Limões e Saco dos Limões.
Para saber mais:
HENNING, Luciano Augusto. A distribuição espacial dos alunos das escolas integrantes da comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz, Florianópolis/SC. TCC do Curso de Geografia do CFH UFSC. Florianópolis/SC, 2007. Orientador: Dr. Luiz Fernando Scheibe.
Debate: Carla Martins (Sindicato dos Trabalhadores em Educação - SINTE Regional)
Jéferson Dantas (Comissão de Educação do Fórum do Maciço)
Norberto Correa Silva Junior (Professor da EEF Silveira de Souza)
2/09/09 - 4a. feira - 18h 30min
Auditório da FAED /UDESC Madre Benvenuta 2007
Bairro Itacorubi
Apoio: Cine Arth
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Fonte: Cauê Marques - Comunicação Social CCEA |
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I Seminario Interculturalidade e Educação Popular |
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Acontecerá nos dias 12 e 13 de agosto, no Auditório Antonieta de Barros, na ALESC, o Seminário de Interculturalidade e Educação Popular. |
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O seminário é promovido pelo Centro Cultural Escrava Anastácia, com o apoio do Centro Educacional Marista, a CEDEP, a ACAM e o núcleo Entrelaços do Saber, da UDESC. |
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As inscrições podem ser feitas pelo e-mail ceavflorianopolis@yahoo.com.br, por R$ 20,00, até o dia 05 de agosto, e por R$ 30,00 e entre os dias 06 e 12 de agosto. A programação será em breve colocada aqui nas noticias do CCEA. |
Agência Brasil, 21/07/2009
STF recebe pedido do DEM para suspender cotas para negros na UnB
Agência Brasil Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu do Democratas (DEM) pedido de suspensão liminar da adoção pela Universidade de Brasília (UnB) de cotas para admissão de vestibulandos negros e pardos. A medida começou a ser praticada desde 2000 no estado do Rio de Janeiro por diversas universidades federais e depois se estendeu à Universidade Federal da Bahia, sendo adotada em seguida pela UnB. Está previsto para os dias 23 e 24 de julho o registro dos estudantes aprovados no segundo vestibular de 2009 da Universidade de Brasília, tendo sido fixadas 20% das vagas para eles. O DEM alegou na medida impetrada no STF que vão ocorrer "danos irreparáveis se a matrícula se basear em cotas raciais, a partir de critérios dissimulados, inconstitucionais e pretensiosos". Para o partido, fica caracterizada "ofensa aos estudantes preteridos" e por isso pede resposta urgente do Supremo.
Os advogados do DEM alegam que estão sendo violados diversos preceitos fundamentais fixados pela Constituição de 1988, como a dignidade da pessoa humana, o preconceito de cor e a discriminação, afetando o próprio combate ao racismo. Para o ex-assessor de Diversidade e Apoio aos Cotistas e coordenador do Centro de Convivência Negra da UnB, professor Jaques Jesus, o obedecimento de cotas na UnB se insere num "marco na batalha pela inclusão social, como defendia um dos fundadores da UnB, o professor Darcy Ribeiro".
Para Jaques Jesus, que até agosto do ano passado era gestor do sistema de cotas na UnB, o sistema "é justificável diante da constatação de que a universidade brasileira é um espaço de formação de profissionais de maioria esmagadoramente branca, valorizando assim apenas um segmento étnico na construção do pensamento dos problemas nacionais, de maneira tal que limita a oferta de soluções para os problemas do país". O jurista Valmir Pontes Filho, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por sua vez, combate a fixação de cotas em universidades, porque entende que isso estimula exatamente a discriminação. O critério deveria ser estabelecer cotas para quem for mais pobre, sem levar em conta a sua cor, defende Pontes.
Ele diz que em determinadas áreas do Nordeste existem lavradores brancos, de olhos azuis, muito pobres, descendentes dos exploradores holandeses que invadiram o Brasil na época da colonização. "Eles em nada são diferentes de pessoas que tenham outra cor de pele. A diferença está na questão econômica e social", argumenta. O combate à discriminação racial em todos os gêneros, assinala, "começa no coração e na cabeça de cada um, e o Brasil ainda carrega o ranço do preconceito, que só com muito trabalho e convencimento será superado". O jurista reconhece que os negros foram historicamente discriminados na época da escravatura, e o país "precisa ter em mente que eles devem ser tratados como iguais e não por causa da cor da pele".
Em 2007, a escola de ensino fundamental, Antonieta de Barros, localizada na área geográfica central de Florianópolis, apresentou um problema estrutural em seu prédio, o que colocava em risco as condições de trabalho de educadores e educandos. A situação foi “resolvida” pela Secretaria de Educação (SED) com o fechamento da escola e a realocação de educadores e educandos para outras unidades de ensino do centro da cidade. Todavia, as argumentações ambíguas e/ou escapistas dos representantes da gerência regional de educação, SED e Secretaria do Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, não apontaram a contento a possibilidade de reabertura do prédio para o respectivo ano letivo; e o que é mais grave: a escola Antonieta de Barros não será mais reaberta e agora é um mero 'anexo' da SED.
As crianças e jovens em situação de risco social representam o principal público atendido pela escola Antonieta de Barros. Nesta direção, a memória da educadora e primeira parlamentar negra catarinense está sendo profundamente violentada por uma política educacional arbitrária e insensível a uma inclusão educativa solidária e equânime. O fato de a escola pertencer à Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz (CE/FMMC) tem ocasionado litígios em relação ao aparato estatal educacional, tendo em vista as diferentes compreensões históricas e políticas sobre as implicações do currículo, formações continuadas, avaliação escolar e gestão democrática.
Durante muitos anos a escola Antonieta de Barros foi campo de estágio da então Faculdade de Educação (atualmente, Museu da Educação, mas também aparentemente abandonado), funcionando, praticamente, como uma ‘escola de aplicação’. Muitos educadores/as foram formados em Florianópolis tendo este espaço educativo como locus de práticas de ensino diferenciadas e estruturadas conforme as novas pesquisas educacionais em âmbito regional e nacional. Antonieta de Barros (1901-1952) se orgulharia, profundamente, em saber que crianças e jovens (em sua maioria, negras como ela) têm acesso ao ensino regular, inseridos num projeto coletivo que tem priorizado a cultura afrodescendente e a visibilidade dos/as negros/as na cidade de Florianópolis. Logo, os movimentos sociais organizados nas comunidades dos morros de Florianópolis, associações civis e grupos de pesquisa acadêmica comprometidos com a memória dessa educadora, precisam se unir para evitar que mais uma escola pública não feche as portas por descaso governamental.