Em 2007, a escola de ensino fundamental, Antonieta de Barros, localizada na área geográfica central de Florianópolis, apresentou um problema estrutural em seu prédio, o que colocava em risco as condições de trabalho de educadores e educandos. A situação foi “resolvida” pela Secretaria de Educação (SED) com o fechamento da escola e a realocação de educadores e educandos para outras unidades de ensino do centro da cidade. Todavia, as argumentações ambíguas e/ou escapistas dos representantes da gerência regional de educação, SED e Secretaria do Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, não apontaram a contento a possibilidade de reabertura do prédio para o respectivo ano letivo; e o que é mais grave: a escola Antonieta de Barros não será mais reaberta e agora é um mero 'anexo' da SED.
As crianças e jovens em situação de risco social representam o principal público atendido pela escola Antonieta de Barros. Nesta direção, a memória da educadora e primeira parlamentar negra catarinense está sendo profundamente violentada por uma política educacional arbitrária e insensível a uma inclusão educativa solidária e equânime. O fato de a escola pertencer à Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz (CE/FMMC) tem ocasionado litígios em relação ao aparato estatal educacional, tendo em vista as diferentes compreensões históricas e políticas sobre as implicações do currículo, formações continuadas, avaliação escolar e gestão democrática.
Durante muitos anos a escola Antonieta de Barros foi campo de estágio da então Faculdade de Educação (atualmente, Museu da Educação, mas também aparentemente abandonado), funcionando, praticamente, como uma ‘escola de aplicação’. Muitos educadores/as foram formados em Florianópolis tendo este espaço educativo como locus de práticas de ensino diferenciadas e estruturadas conforme as novas pesquisas educacionais em âmbito regional e nacional. Antonieta de Barros (1901-1952) se orgulharia, profundamente, em saber que crianças e jovens (em sua maioria, negras como ela) têm acesso ao ensino regular, inseridos num projeto coletivo que tem priorizado a cultura afrodescendente e a visibilidade dos/as negros/as na cidade de Florianópolis. Logo, os movimentos sociais organizados nas comunidades dos morros de Florianópolis, associações civis e grupos de pesquisa acadêmica comprometidos com a memória dessa educadora, precisam se unir para evitar que mais uma escola pública não feche as portas por descaso governamental.
Parabenizo pelo Blog, que vejo como um meio a mais para agregar e animar, socializando informações sobre o andamento das coisas, e quem sabe fazendo-se espaço de participação e expressão! Torço que possa contribuir para que, cada vez mais, educador@s, alun@s, familiares, formador@s de professor@s nos engajemos pela vida deste movimento/articulação inspirador.
ResponderExcluirUma sugestão para o blog: maior destaque para o lema, que é fecundo e cheio de força.